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Tarumã Alive chama atenção para conservação da maior bacia hidrográfica urbana do Amazonas

Festival  terá apresentações artísticas e ações ambientais

 

O “Tarumã Alive” retorna à Praia da Lua para a sua sétima edição, no próximo dia 19 de agosto, para sensibilizar sobre a conservação da maior bacia hidrográfica urbana do Amazonas, a do Tarumã-Açu. Com 24 horas de programação, o evento tem entrada gratuita.

A bacia do Tarumã-Açu compreende 133.753 hectares, correspondendo a 16% da área territorial de Manaus. Seu principal rio nasce na BR-174 e percorre um trajeto majoritariamente urbano até desembocar no lado esquerdo do Rio Negro. O rio Tarumã-Açu vem sofrendo processos contínuos de degradação, intensificados pela urbanização e crescimento desordenado da capital amazonense.

“Dentro do trabalho de voluntária da remada ambiental pude ver um outro lado do Tarumã, que são esses braços de rio que perpassam boa parte da cidade e deságuam nele, com toneladas de resíduos e esgoto. Dali nasceu a vontade de fazer algo para chamar a atenção  para este problema e contribuir cuidando do nosso quintal, recrutando mais adeptos à causa que é complexa e desafiadora”, conta Marcia Novo, uma das coordenadoras do evento. “Escolhi o Tarumã como lugar de luta. Primeiro porque frequento desde pequena e segundo por ser um dos poucos ainda vivos na cidade. Infelizmente perdemos a Cachoeira Alta, Mindu, Igarapé do 40, mas eu ainda sonho com a recuperação deles”, finaliza.

Com a premissa de ser um festival que une música, arte e ações ambientais, o Tarumã Alive foi idealizado em 2016 com o objetivo de conservar o Tarumã-Açu a fim de que não tenha o mesmo destino que outros balneários turísticos de Manaus, depredados com a ação humana e a falta de políticas públicas para o Meio Ambiente.

“Temos um grande desafio porque Manaus cresceu de costas para os nossos rios. Precisamos entender que os nossos corpos hídricos são importantes para o crescimento social e cultural do estado do Amazonas. A ideia sempre foi envolver os usuários da bacia para curtir o festival de uma forma sustentável e responsável, fazendo com que eles possam entender que os resíduos sólidos produzidos devem voltar para o ciclo produtivo deles, e não mandá-los para o aterro controlado”, explica Jadson Maciel, um dos coordenadores do Tarumã Alive e idealizador do Remada Ambiental, que há 7 anos realiza a coleta de resíduos mensalmente na área.

Cerca de 1.500 voluntários de ações ambientais passaram pelo Tarumã Alive e ajudaram a retirar mais de 15 toneladas de lixo das águas ao longo das seis edições.

Além disso, o festival já contou com 200 profissionais da Cultura e mais de 40 microempreendedores da Economia Criativa. De acordo com a coordenação, cada edição gera cerca de R$ 80 mil, considerando ida e volta do público frequentador do evento, venda de bebidas e alimentos, etc. A comunidade e o entorno da Marina do Davi são os principais beneficiados com a geração de renda proporcionada pelo Tarumã Alive.

O festival – A programação inicia às 08h do sábado (19) com a remada ambiental e se estende até às 05h de domingo (20) com apresentações musicais de vários artistas como Couro Velho, Marcia Novo, Márcia Siqueira, David Assayag, Leka Denz, Rafa Militão, Sants, Samba de Cunhã, Jonny Jack Mesclado, Grupo Wotchmancu, Grupo Kuia, Yrá Tikuna, Madame C, Guerra e Layla Abreu.

   

O evento também terá pinturas corporais com jenipapo, grafite, oficina de tatuagem, yoga e a praça de alimentação “Plástico Zero”. Os voluntários e participantes poderão adquirir um kit de alimentação produzido com artesanato indígena, uma medida sustentável para incentivar a redução do uso de plásticos.

Os interessados em fazer parte das ações ambientais ou que desejem expor seu produto na feira criativa podem se inscrever pelo link: https://linklist.bio/festivaltarumaalive. Além da coleta de resíduos sólidos urbanos, os voluntários também farão descarte correto nos pontos de entrega voluntária (PEVs).

“O festival é aberto para todos os manauaras, queremos levar a nossa proposta para dentro das famílias, para que todos possam fazer a destinação correta dos seus resíduos sólidos”, reforça Jadson.

Fotos: Divulgação

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