Memórias e Manifestações Culturais: Ericky Nakanome e Maria Augusta brilham no palco do Museu de Arte Moderna
A riqueza da cultura brasileira é uma mistura fascinante de tradições, expressões artísticas e manifestações populares. Para abordar esse tema dentro do projeto “Coleção de memórias, manifestações culturais”, o Museu da Arte Moderna do Rio de Janeiro convidou Ericky Nakanome, presidente do Conselho de Arte do Boi Caprichoso.
Nakanome participou de uma roda de conversa com a carnavalesca Maria Augusta Rodrigues. O evento ocorreu na cinemateca do museu, onde os dois artistas uniram suas vozes para discutir a importância das manifestações culturais e como elas moldam a identidade do povo.
Ericky Nakanome destacou sua trajetória no Festival de Parintins desde a Escola de Arte Irmão Miguel de Pascale e emocionou-se ao lembrar do período de sua formação como artista do Caprichoso. Ele revisitou a importância de preservar as tradições amazônicas, especialmente as contribuições do boi-bumbá Caprichoso para a cultura brasileira. Também enfatizou a criação dos temas e o trabalho coletivo do Caprichoso na concepção do projeto de arena, elaborado pelo Conselho de Arte. Nakanome compartilhou sua visão sobre como o folclore e as raízes culturais são a essência da identidade amazônica, destacando o comprometimento do Caprichoso em manter viva essa herança.
Maria Augusta Rodrigues trouxe uma perspectiva sobre como as manifestações culturais se entrelaçam com as memórias coletivas. Ela relatou que a maioria de seus projetos de Carnaval resultou de sonhos e criticou o fato de o Rio de Janeiro ainda não ter um museu dedicado ao Carnaval.
A conversa entre Ericky Nakanome e Maria Augusta Rodrigues foi mais do que um diálogo entre dois líderes culturais; foi uma jornada pela história, memória e paixão que moldam as expressões culturais no Brasil. “É uma alegria poder receber o convite do Museu de Arte Moderna do Rio e poder compartilhar e falar sobre cultura popular com a professora Maria Augusta, uma grande referência do Carnaval carioca, e trocar ideias, conversas e saberes sobre o boi de Parintins”, destacou Nakanome.
Augusta, por sua vez, expressou sua felicidade em participar do momento no Museu de Artes Modernas. “Estar aqui hoje é muito importante, encontrar o Nakanome, que já tinha ouvido falar, o conhecia pelo nome, e ver e ouvir a exposição dele, tão importante e apaixonada, de sua formação no boi e como ele atua no boi. Essa integração eu sinto como se fosse minha história, pois por muitos anos trabalhei na escola de samba sem receber nada. Essa paixão e dedicação a gente vive”, afirmou.
Reencontro de Augusta com Rossy Amoedo
A carnavalesca Maria Augusta Rodrigues já trabalhou com o presidente do Boi Caprichoso, Rossy Amoedo, e assegurou que ficou muito feliz ao saber que ele estava à frente do bumbá azul e branco.
“Conheci o Rossy na Beija-Flor e achei fantástico esse encontro que ele está promovendo entre o artista e o administrador como presidente do Caprichoso. Eu acredito no trabalho dele, porque, como artista, ele conhece os desafios que os artistas enfrentam ao construir um espetáculo. Ele será um grande presidente”, disse ela.
Para Amoedo, reencontrar Maria Augusta é lembrar de uma história de aprendizado que vivenciou com ela e uma inspiração para muitas pessoas. “Esse momento é muito importante para a gente entender e colocar os pés no chão para ver por outra ótica a responsabilidade que nós temos como o primeiro artista presidente do Boi Caprichoso”, destacou.
Fotos: Carlos Alexandre