Economista aponta dicas práticas para aproveitar a “Black-Friday” com consumo consciente
Depois de isolamento social por quase seis meses, a demanda reprimida de consumo aponta que na Região Norte 75% dos consumidores pretendem aproveitar a “Black Friday” para fazer compras, de acordo com dados da pesquisa Behup , do grupo Globo. O número está acima da média nacional que é de 68%.
Um estudo da Kearney, consultoria global de gestão estratégica, por exemplo, prevê que o faturamento do e-commerce em 2020 será de R$111 milhões – com um aumento de R$69 milhões em relação às previsões feitas antes da pandemia. Portanto, as compras da temporada de final de ano terão um impacto relevante sobre esse volume de vendas.
Além disso, a tendência é de que haja mais pessoas comprando online, alta competitividade por conta do surgimento de novas lojas virtuais durante a pandemia e antecipação das compras de Natal para os consumidores preocupados em evitar aglomerações e receber seus produtos a tempo.
Em relação ao tipo de produto que as pessoas pretendem comprar , a pesquisa aponta a categoria de roupas e acessórios com 31% das preferências; smartphone com 30%; demais eletrônicos com outros 30% e calçados com 26%.
Para além das questões de pesquisa de preço e de cuidado com possíveis fraudes, a economista Arlene Sousa, que estuda a relação entre Economia e Psicologia, aponta dicas para obter uma maior eficiência nas compras e aproveitar melhor o período de ofertas.
“No começo, este período ficou marcado no Brasil pelo estigma de “Black-fraude” por conta da política de preços que pode ‘maquiar’ descontos reais. Para isso, é necessário que o consumidor dedique um tempo à pesquisa, compare preços. Hoje, em um novo cenário de uma economia desaquecida, é preciso que sejamos consumidores mais inteligentes. Fornecedores éticos e responsáveis existem sim, basta que os busquemos”, explica.
Coordenadora da Comissão Temática de Educação do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM), a economista aposta no principal fator de mudança de comportamento para uma melhor experiência: o próprio consumidor.
“Antes de sair às pressas para as compras, seja de forma física ou online, é importante observar como está seu comportamento interno? Ansioso? Se não estiver equilibrado, não é recomendável fazer compras porque corre o risco de se tomar decisões precipitadas, motivo de arrependimentos posteriores”, explica.
Respirar corretamente, de forma profunda, por três vezes consecutivas também ajuda a energizar o cérebro triádico correspondente ao instinto (animal), ao pensar (racional) e ao emocional-integral (coração) para tomar a decisão mais assertiva para você, sua família e seu bolso, segundo a economista. Arlene Sousa aponta ainda cinco dicas práticas:
- Faça uma lista de suas reais necessidades e prioritárias. Embora seja um “costume antigo”, auxilia barrando a ânsia de comprar. Para auxiliar o pensamento psicológico ou emocional, adicione o pensamento econômico. Pense em meses mais estendidos: o que você precisa para os próximos 3 a 6 meses. Será que as compras antecipadas da ceia natal não são uma boa pedida? Alguma reforma? Economizar agora para usufruir depois em uma viagem, por exemplo. Compras em atacado com desconto para revender com margem e gerar renda extra;
- Tem o dinheiro orçado? O pagamento será no débito ou crédito? Otimize suas compras, gere economia;
- Pesquise os preços. Nosso funcionamento mental é baseado em dois sistemas: o intuitivo e o racional. Enquanto o primeiro pensa que já sabe a faixa de preço decorada, o segundo tem preguiça de executar essa tarefa. Quem vai ganhar? Você ou o fornecedor?;
- Compre à vista com desconto e dinheiro no seu bolso. Sua postura na negociação será outra. Paquere, namore, veja o preço e depois compre. Seu poder de barganha é outro;
- Vivemos na era da inteligência artificial, o algoritmo. Use-o a seu favor: cadastre-se em sites de pesquisa e aguarde: você pode ser avisado de melhores preços e oportunidades. Deixe o algoritmo seguir você. Deixe um lembrete em seu celular para cancelar essa inscrição posteriormente, afinal, queremos um consumo consciente, baseado na nossa real necessidade. E não se esqueça: não é somente o preço que deve ser comparado. Conheça bem as características dos seus produtos como qualidade, garantia, manutenção, etc.
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