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Pela primeira vez na história, marujeiros, dançarinos, tuxauas e vaqueirada do Caprichoso são remunerados

No entendimento da diretoria, comandada pelo presidente Jender Lobato, todas as pessoas sentiram as dificuldades na pandemia e nada mais justo contribuir com quem sempre dedicou seu tempo ao boi

 

O Boi Caprichoso realiza um ato inédito no Festival de Parintins. Artistas que antes atuavam apenas de forma voluntária como marujeiros, dançarinos, tuxauas e vaqueirada pela primeira vez foram gratificados financeiramente pela diretoria do bumbá. São trabalhadores azulados que enfrentaram, além da pandemia da Covid-19, a subida do nível dos rios. Em Parintins, o setor azul da cidade é o que mais sofreu com a cheia histórica que atingiu o município.

No entendimento da diretoria do boi Caprichoso, comandada pelo presidente Jender Lobato e o vice Karu Carvalho, as pessoas sofreram, sentiram as dificuldades e nada mais justo que contribuir com quem sempre dedicou seu tempo ao boi. “São pessoas que valem a mesma nota que os demais itens. Então, temos que olhar com carinho para todos”, disse Lobato.

“Os ritmistas, os dançarinos entre outros setores participam por vontade e por amor ao boi Caprichoso, mas nessa situação de pandemia todos passam por dificuldade e essa ação do presidente Jender e do Karu é uma ação sem precedentes que vem valorizar o trabalho do artista, do brincante, do marujeiro, do vaqueiro, das tribos. É uma ação a ser espelhada”. A declaração é do diretor de marujada do boi da estrela na testa, Thiago Benoliel. Ele afirma que a gestão do bumbá tem cuidado com carinho do povo Caprichoso. “Além disso, ele tem negociado dívidas trabalhistas e já reduziu mais de um milhão”, afirmou.

Sâmela Ramos, 44, é mãe de uma das dançarinas da Troup Caprichoso. Para ela, a contribuição chegou em um momento que vai ajudar bastante as famílias. “A gente ainda está enfrentando a cheia e temos muitas pessoas alagadas que não tem nada e a ação do presidente mexe com a gente e faz toda a diferença”, disse ela.

   

Artistas – Seguindo orientações da Fundação Vigilância em Saúde (FVS), nem todos os trabalhadores puderam estar na live, na arena do bumbódromo, principalmente os chamados artistas de ponta de alegorias. Na tarde desta quarta-feira (07/07) iniciaram os pagamentos desse setor. O Artista Ozeas Bentes, um dos especialistas em rituais campeões pelo azul e branco assegura que as ações do Boi Caprichoso não apenas valorizam o artista, mas o ser humano. “O Jender tem se preocupado não apenas com o Boi Caprichoso, mas também com as pessoas que fazem o boi”, disse.

Segurança – As articulações dos dirigentes azulados foram importantes para atualizar, por exemplo, o pagamento de vigias e seguranças de patrimônios do Caprichoso. Durante o momento mais grave da pandemia eles desenvolveram a campanha “Adote um vigia”, que contribuiu com a remuneração dos trabalhadores, uma vez que sem festival o boi não recebe recursos. “O Jender fala com a gente, conversa olho no olho. Ele faz de tudo pra pagar a gente e é uma pessoa que nunca trata a gente com mau humor”, afirma o vigilante João Oliveira dos Santos, 69.

   

O Conselho Fiscal está acompanhando o pagamento dos setores do bumbá. Para a presidente Juciele Cursino, a ação é louvável, principalmente nos setores que nunca haviam sido remunerados. “São poucos presidentes que realmente conseguem ver esse lado humano dos trabalhadores. Como presidente do conselho fiscal eu vejo isso como um compromisso sério, isso é transparência, é responsabilidade e compromisso administrativo e o Jender consegue ver o boi como um todo e não apenas como um pequeno grupo”, ponderou.

Jender Lobato reafirmou a importância do Governo do Estado do Amazonas, da Prefeitura de Parintins e do Movimento Marujada na parceria para efetuar o pagamento dos trabalhadores do bumbá.

Fotos: Pedro Coelho

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