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Bar do Boi lota sambódromo em noite de exaltação aos povos indígenas

Show “Waiá-Toré, a Grande Celebração Tribal” impacta o público pela originalidade e repercute

 

Uma noite histórica marcou o Bar do Boi realizado no último sábado, 23 de abril. A atmosfera de ancestralidade envolveu as milhares de pessoas que lotaram o Centro de Convenções Gilberto Mestrinho – o Sambódromo de Manaus – nos primeiros instantes do evento, com Thaís Kokama e grupo de indígenas reproduzindo grafismos tradicionais na pele dos torcedores num stand, que também contou com exposição e venda de produtos confeccionados pelos povos originários.

No palco, coube a Ornello Reis abrir a série de grandes shows da noite intitulada “Waiá-Toré, a Grande Celebração Tribal”, com grandes toadas e participação de Germano Martins. A seguir, o grupo Canto da Mata acalorou ainda mais o público com o ritmo dançante que ostenta há mais de duas décadas de história que se misturam à do próprio Bar do Boi. Na pista, Raça Azul e Força Azul e Branca impulsionavam a garra e o amor de torcedor.

De cara pintada e alma azulada, Márcio do Boi subiu ao palco e trouxe o Troup Caprichoso para uma performance temática que causou frisson na galera. O repertório vibrante conduziu o público a uma viagem no tempo e mostrou que o ‘dois-pra-lá, dois-pra-cá’ está em dia para a sequência de eventos da temporada.

Paulinho Viana trouxe ao Bar do Boi uma de suas maiores produções em quinze anos de parceria com a Marujada de Guerra, da qual é o levantador de toadas na capital. O ‘comandante’ trouxe um bailado arretado e, no rufar dos tambores do melhor ritmo do Festival, celebrou a história.

Exaltação aos povos indígenas – O Bar do Boi fez de Ornello Reis o mestre de cerimônia que anunciou o momento ápice da noite, com a presença de representantes de povos indígenas no palco, em exaltação ao Dia dos Povos Indígenas, celebrado no último dia 19. Empoderada da palavra, Thaís Kokama bradou o grito de luta e resistência dos originários. O show “Waiá-Toré, a Grande Celebração Tribal” começou com a evolução do pajé Andrew Azevedo.

Sob a luz de tochas, a Cunhã Poranga do Boi Caprichoso Marciele Albuquerque rompeu caminho em meio ao público para protagonizar o Casamento Intertribal, reverenciada pelo Corpo de Dança Caprichoso. O êxtase contagiou o público. Ao som dos maracás do Rio Negro, a legítima representante do povo Munduruku apreendeu todos os olhares da festa com sua evolução. O espetáculo marcou pela originalidade e segue repercutindo fortemente nas redes sociais, entre os torcedores.

Estreia – A noite de Bar do Boi também foi marcada pela emoção de uma estreia. Arlindo Neto, filho do eterno Pop da Selva Arlindo Júnior, subiu ao palco do evento pela primeira vez e comandou um grande show e contou com a especial participação do compositor Uendel Pinheiro para entoar o hit azul ‘Quem vai mandar é a multidão’.

Legado – A estreia de Arlindo Neto no Bar do Boi decretou que o legado de grandes ídolos da nação Caprichoso seguirá vivo. Klinger Júnior, filho do ‘Furacão’ Klinger Araújo, subiu ao palco do evento mais uma vez e mostrou que está no sangue azul o talento para brilhar. Já na abertura do show, a emblemática flauta que marcou grandes rituais e lendas ecoou e emocionou o público.

O legado do Furacão vai além. A noite trouxe de volta ao palco o ‘Bailado 501’, animação que toma conta do palco do evento no show de encerramento. Uma noite que se eterniza na história do Bar do Boi e na memória do torcedor azul e branco.

Fotos: Alexandre Vieira e Roger Matos

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