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Caprichoso abre a 2ª noite do Festival trazendo a luta e a resistência dos povos tradicionais da Amazônia

A dor. A luta. A resistência. E a esperança dos povos e comunidades tradicionais da Amazônia que os fizeram reconhecer como povo-floresta. Foi assim que o Boi-bumbá Caprichoso veio para a segunda noite do Festival 2022. Com o subtema “Amazônia-Aldeia: o brado do povo”, o bumbá azul iniciou sua apresentação ao som da toada “Batuque, raça e cor”, cantada pelo Levantador de Toadas, Patrick Araújo, na arena do Bumbódromo de Parintins, na noite deste sábado, 25/6.

Figura Típica Regional – Como Figura Típica Regional, o Boi Caprichoso homenageia, na segunda noite do Festival, “O caboclo da mata”, que aprendeu com seus antepassados que a floresta não é um recurso a ser explorado, mas um ente-vivo com o qual as relações são recíprocas e fraternas. Todos acreditam que na mata vivem milhares de seres encantados, aos quais se deve deferência e temor. Os artistas Márcio Gonçalves e Marlúcio Pereira são os responsáveis pela concepção alegórica. E foi de um ente da floresta que aparece a porta-estandarte Marcela Marialva.

Exaltação Folclórica – Com a Exaltação Folclórica “Boi de Quilombo”, o boi Caprichoso retrata o legado sociocultural dos povos africanos na Amazônia e faz uma homenagem aos quilombolas de Manaus, de Barreirinha e de Oriximiná. Representando a filha de Oxum: Valentina Cid, a Sinhazinha do Boi Caprichoso, faz sua evolução com a toada “Rostinho de Anjo”.

Concorrendo ao item Toada, Letra e Música, Patrick Araújo defendeu a toada “Festança Multicultural” dos compositores Geovane Bastos e Guto Kawakami.

Rito de resistência Mulheres-floresta: as guardiãs da vida

As guardiãs da vida são reverenciadas como as que inspiram as lutas de mulheres indígenas e que têm construído novas trincheiras de batalhas em diálogo tanto com os feminismos quanto os movimentos e associações indígenas. A luta das mulheres indígenas, quilombolas, pescadoras, extrativistas, que Unidas são sentinelas da resistência. Juntas, mantêm a floresta em pé. Elas têm florestado as mentes e as matas. Paula Gomes e Patrick Araújo participaram do Momento Tribal: Rito de resistência mulheres-floresta cantando a toada Guardiãs.

Lenda Amazônica – Com uma alegoria gigantesca, do artista Gereca Pantoja, o ponto alto da noite foi a Lenda Amazônica “Os trilhos da morte”, que trata do processo de construção da ferrovia Madeira-Mamoré, que fez permanecer no imaginário das populações do Vale do Guaporé, no estado de Rondônia, impressões sobre o desastre humano que ela representou e histórias de visagens da estrada de ferro engolida pela mata, e foi esquecida e transformou-se em sinônimo de abandono e fracasso. Da alegoria apareceu a Rainha do Folclore Cleise Simas, que fez sua evolução ao som da toada Rainha do Povo Azulado.

Tribos Coreografadas – Outro ponto marcante da apresentação do Caprichoso na noite de hoje foi Tribo Coreografada. O pajé Erick Beltrão conduziu as tribos, fazendo-as levitarem. O guindaste foi usado nesse momento e logo em seguida o Pajé evoluiu com a toada Maraká’yp.

Ritual – Com a alegoria de Kennedy Prata, o Ritual Indígena “Wayana-Apalai” trouxe o pajé Erick Beltrão, que surgiu do alto do guindaste e fez sua evolução com a toada Waiá-Toré.

Fotos: Roger Matos

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