DestaqueNailha

Caprichoso encerra o Festival exaltando o povo parintinense, seus sonhos e lutas em poesia

Exaltando a arte do povo parintinense, que transformou sonhos e lutas em poesia, e tecendo homenagem aos sobreviventes da pandemia com a cultura que salva, o boi-bumbá Caprichoso encerrou a última noite do 55º Festival Folclórico de Parintins, realizada neste domingo, 26 de junho. Com o subtema ‘Amazônia-festeira: o clamor da cura’, último ato do espetáculo “Amazônia: Nossa Luta em Poesia”, o touro negro da América fez uma grande festa do folclore.

Dos compositores Adriano Aguiar, Geovane Bastos e Guto Kawakami, “Viva a Cultura Popular” foi a toada defendida por Patrick Araújo no item Toada, Letra e Música.

Homenagem às figuras marcantes do boi

Homenageando os caboclos que cresceram participando das festas do Caprichoso como marujeiros, vaqueiros, artistas, tuxauas, bailarinos, brincantes e torcedores, o Caprichoso trouxe como Figura Típica Regional “O brincador de boi”. Os artistas Makoy Cardoso e Nei Meireles foram os responsáveis pela concepção alegórica.

Nomes como dos cantores Zezinho Corrêa e Klinger Araújo, do radialista Aderaldo Reis, do professor de dança e coreógrafo do Boi Caprichoso, Evandro de Oliveira, e Irlane Lima, esposa do artista Juarez Lima, foram homenageados durante a cênica da Figura Típica Regional. São figuras marcantes da sua história que faleceram durante a pandemia. Os homenageados, em sua maioria, faleceram de Covid-19 durante a pandemia.

Pássaro Primal – Mostrando a crença do povo Kayapó, do Parque do Xingú, de que a vida venceu a morte quando um gavião colossal algoz das aldeias foi martirizado ao lutar contra dois guerreiros gigantes, o Caprichoso trouxe a Lenda Amazônica “Pássaro Primal e o Nascer das aves”, de concepção alegórica do artista plástico Ozeas Bentes. A toada Pássaro Primal, que embalou a cênica da Lenda é do compositor Ronado Barbosa.

Ritual – O “Yanomami Reahú – Festa da vida-morte-vida” deu forma ao ritual indígena do boi Caprichoso, rito de celebração da passagem da vida para a morte presente na cultura dos Yanomami. Conforme o rito, assim que um dos indígenas morria seu corpo era cremado e seus ossos eram temperados com em um mingau de banana que era compartilhado entre os seus parentes para que ele permanecesse sempre com eles.
O momento foi marcado pela que aparição do pajé Erick Beltrão. A alegoria é de responsabilidade do artista Juscelino Ribeiro.

Pop da Selva – Para fechar com chave de ouro a 3ª noite do Festival, o boi Caprichoso desceu do alto do Bumbódromo em uma grande estrela acompanhado de um boneco com asas representando o eterno Pop da Selva, Arlindo Júnior, ex-levantador do bumbá que morreu em 2020, por complicações de um câncer, emocionando a galera azul e branca.

Fotos: Roger Matos

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *