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Parintinense é destaque no Prêmio Literário Cidade de Manaus 2022

Três autores amazonenses conquistaram o Prêmio Literário Cidade de Manaus 2022, 11ª. Edição, composto por nove categorias. O resultado foi divulgado hoje (10/8) pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) e pelo Conselho Municipal de Cultura (Concultura), organizadores da competição.

As obras e seus autores amazonenses são: A Lança de Anhangá, de Ricardo Lima da Silva (Conto, nacional); Os fluxos Culturais do Wãnkõ Kaçauaré em Festas Populares na Amazônia, de Socorro de Souza Batalha (Ensaios, regional); Kuximauara: A Música de Antigamente da Amazônia Indígena, de Agenor Cavalcanti de Vasconcelos Neto (Tradições populares, Ensaios).

Cada autor foi premiado com o valor de R$ 5 mil reais na categoria nacional e R$ 3 mil, na regional, além da impressão em papel das obras.

A parintinense e doutora pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Socorro de Souza Batalha, foi vencedora na categoria melhor texto com temática amazônica, prêmio Djalma Batista, com o tema ‘Parintinização: Os fluxos Culturais do Wãnkõ Kaçauaré em Festas Populares na Amazônia’.

A obra é resultado da tese de doutorado que foi premiada como a melhor tese na Ufam, e é um texto que vivencia uma rede de trabalhadores do artesanato, de artistas que circulam o ano todo na Amazônia, produzindo arte e sobrevivendo dela.

“Sou de Parintins, mas moro há mais de dez anos em Manaus, e vim para estudar. Então, parabenizo o Conselho de Cultura pela oportunidade de publicar um texto impresso em livro, de um estudo, de muitos anos de pesquisa”, elogiou Socorro.

Ricardo Lima da Silva, vencedor do prêmio de Contos, na categoria nacional, destaca a satisfação de estar entre os autores selecionados.

“Eu estou muito emocionado, porque o prêmio leva o nome do escritor Arthur Engrácio que foi uma das minhas principais referências literárias, e li toda a obra dele. Quanto à disputa, não tinha expectativa de ganhar um prêmio tão concorrido com autores de todo o país. Minha obra gira em torno da ficção especulativa: ficção científica, fantasia e terror que se passa em cenário com histórias conectadas com a cultura amazônica”, disse.

Vencedor na categoria de ensaios sobre tradições populares, o escritor Agenor Cavalcanti de Vasconcelos Neto fez uma descrição da cultura indígena de São Gabriel da Cachoeira.

“Fiz um estudo da etnografia, que além da parte científica e da parte literária, eu conto e faço a descrição desse trabalho de campo que eu realizei lá. Uma tese onde mostro como é um forró indígena, como é uma festa contemporânea, como se mantém os traços mais antigos das narrativas dos povos mais antigos, e que estão presentes até hoje. Quanto ao prêmio, para gente é superimportante, como uma obra que ainda está no processo de amadurecimento. É um reconhecimento que instiga muito a gente, ele não é uma questão simplesmente financeira. Essas iniciativas nos impulsionam a participar de outros concursos, outros editais e continuar fazendo Literatura, arte nesse nosso contexto superconcorrido e é uma ajuda assim imensurável para um autor jovem”, ressaltou Vasconcelos Neto.

O professor da Ufam, o antropólogo Ademir Ramos, presente no evento, destacou a importância da temática cultural dos povos originários e amazônicos como objeto das obras vencedoras.

“Os três vencedores são oriundos da Academia, mostrando a importância estratégica do ensino público para a sociedade”, comentou.

Premiados – Os demais vencedores foram: o prêmio Álvaro Maia, melhor romance ou novela: Fragmentos – Manaus, de autoria, de Eduardo Von Sperling, de Belo Horizonte (MG); prêmio Violeta Branca Menescal, destinado ao melhor livro de poesia: Horóscopo de Batizar Brumas Contra a Solidão das Asas, de Airton Souza de Oliveira, da cidade de  Marabá (PA); prêmio Samuel Benchimol, destinado ao melhor livro de ensaios: Exercício: Ensaios, de Vanessa Carneiro Rodrigues, de Curitiba (PR); prêmio Áureo Nonato, de memória e jornalismo literário: O Rio, O Mundo e Eu: Uma Memória Filosófica & Sentimental, de Ivo Korytowski, da cidade do Rio de Janeiro (RJ); prêmio Alfredo Fernandes, ao melhor texto de literatura infantil, A Engolidora de Palavras, de  Gisele Garcia,  Brasília (DF); prêmio Álvaro Braga, texto de teatro infantil: A Casa do Homem, de Ed Anderson Mascarenhas Silva, São Paulo (SP).

Os Prêmios Literários Cidade de Manaus se consolidam, a cada ano, pela seriedade e relevância da premiação, como um dos concursos literários mais importantes do país.

Troféu de 2023 – O presidente do Concultura, Tenório Telles, anunciou que, no próximo ano, a premiação em dinheiro terá aumento para R$ 8 mil, para ambas as categorias nacional e local, nivelando o valor das autorias. Segundo Tenório, a valorização, promoção e mudanças têm levado os escritores amazonenses a se inscreverem maciçamente e a vencerem nas categorias mais disputadas nacionalmente.

“Na atual gestão municipal, os prêmios têm batido recorde de inscrições, se transformando em um dos principais prêmios literários do país. Isso é motivo de muita alegria, de muita satisfação, verificar que os intelectuais, as pessoas que se dedicam à escrita na nossa terra, estão trabalhando, estão produzindo e, evidentemente, o Concultura e Manauscult, com o apoio do prefeito David Almeida, se sentem muito honrados, e felizes de estar possibilitando que esses artistas possam ter suas obras reconhecidas”, pontuou o presidente.

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