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Boi Garantido se despede do Festival cantando a Utopia Vermelha

O primeiro a se apresentar na última noite do 55º Festival Folclórico de Parintins, o boi-bumbá Garantido cantou a “Utopia Vermelha”, focado na preservação da Amazônia, dentro do espetáculo “Amazônia do Povo Vermelho”, na arena do Bumbódromo, na noite deste domingo, 26 de junho.

Um dos pontos altos da noite foi quando o Levantador Sebastião Jr. cantou a toada “Vermelho”, do compositor Chico da Silva, concorrendo nos itens “Levantador de Toadas” e “Toada, Letra e Música”, sendo foi ovacionado pela galera vermelha e branca.

Sebastião Jr anunciou, durante a passagem de som no bumbódromo, na tarde deste domingo, que essa seria sua última apresentação como Item 2 do boi Garantido.

Homenagem – De concepção do artista Júnior Feijó, a Figura Típica Regional “O Viajante dos rios da Amazônia”, exalta a figura do caboclo que singra os rios para ir e vir dos mais recônditos lugares da Amazônia. A alegoria trouxe como principal módulo uma embarcação com o nome de Paulinho Faria, ex-apresentador do Boi Garantido, que morreu em decorrência da Covid-19 em 2021.

Tradição Folclórica da Amazônia – A Celebração folclórica foi interpretada pelo espetáculo “O Mamulengo do Folclore Parintinse” que encena um mamulengo do Auto do Boi Garantido feito pelos familiares de Lindolfo, contextualiza a migração do boi ocorrida do Nordeste para cá pelas mãos de Lindolfo Monteverde.

Na Celebração Folclórica, o boi da Baixa fez uma homenagem na arena do Bumbódromo, com uma grande faixa que veio escrito: “Por Dom e Bruno, Justiça!”, para o Jornalista inglês Dom Phillips e indigenista brasileiro Bruno Pereira, mortos no município de Atalaia do Norte, no Vale do Javari, oeste do estado do Amazonas.

Emocionando a galera vermelha e branca, “Vermelho” de Chico da Silva foi a toada escolhida para ser defendida na última noite no item Toada, Letra e Música por Sebastião Jr.

Preservação dos povos da floresta – “Rios mais poluídos, a fauna e a flora devastadas. É preciso ter consciência que, se assim continuar, onde vamos parar?”, disse o apresentador Israel Paulain, ao anunciar a Lenda Amazônica “Teperecique, O Senhor das Águas”, que aborda a agressão que o Povo Ianomâmi vem sofrendo em razão das atividades mineradoras na região do Madeira e traz o grito de preservação dos povos da floresta
Segundo a Lenda, o Senhor das Águas se levantará para defender a floresta e assim reequilibrar a aldeia. Da alegoria, de concepção do artista Sorin Sena, veio a cunhã-poranga, Isabelle Nogueira.

Ritual Tenharim – Um dos momentos mais esperados da apresentação foi o Ritual Indígena Tenharim, tendo como personagem principal do rito o pajé Adriano Paketá.

Diante do grande caos que assola as aldeias Tenharim, eles recorrem a um rito de nominação de um xamã capaz de combater os espíritos e ameaças ao seu povo.

Fotos: Roger Matos

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