Festribal chega à sua 30ª edição e celebra a contribuição mútua com o Festival de Parintins
Festival em Juruti-PA nasceu da inspiração cidade irmã Parintins-AM
Com o tema “Amazônia Indígena” o Povo Munduruku luta pelo tricampeonato, já o Povo Muirapinima defende o tema “Wiyae: O Canto de Resistência Pindorama”
Juturi-PA, 01 de agosto de 2024 – O Ministério da Cultura e a Prefeitura Municipal de Juruti apresentam a 30ª Edição do Festival Folclórico dos Povos de Juruti – “Juruti Te Espera!”, que acontece no Tribódromo de Juruti, nos dias 2 e 3 de agosto de 2024.
Origem, filosofia e mensagem – O Festribal nasceu a partir do Festival Folclórico de Juruti, onde se apresentavam e disputavam quadrilhas, cordões de pássaros e boi-bumbá. Em 1995, acontece a primeira disputa entre a Tribo Muirapinima e a Tribo Munduruku. A Tribo Muirapinima foi fundada com o objetivo de resgatar e valorizar a história dos primeiros habitantes de Juruti. Já a Tribo Munduruku nasce da inspiração de exaltar os indígenas, história e vivência deste povo milenar que habitou e habita territórios no estado do Pará.
De acordo com Daniel Costa, Folclorista da agremiação Muirapinima, o Festribal hoje representa a valorização de tudo o que Juruti produziu de valorização a sua história e tradição. “O Festribal levanta a bandeira em defesa dos povos indígenas do Brasil na busca pela valorização da cultura, bem como dos seus direitos e, consequentemente, da conservação da nossa Amazônia”.
“Muitos foram os desafios, no entanto, o reconhecimento do Festribal como promotor da difusão cultural dos povos indígenas tornou nossa festa como uma das principais manifestações de luta pelo direito dos povos originários de nosso país”, completa.
Conexão Juruti-Parintins – O Festival também tem origem inspirada diretamente no Festival Folclórico de Parintins. Nasce da ideia de amigos saudosos pelo boi bumbá poderem brincar um pouco mais, só que na sua cidade natal, Juruti. Buscou-se na temática indígena e encontrou a fórmula de disputa, assim como acontece em Parintins, rivalidade e dualidade. Assim nasceram as duas associações antagônicas que disputam e fazem acontecer o Festribal, são eles: Povo Munduruku e Povo Muirapinima. Atualmente, Juruti e Parintins realizam parcerias artísticas, que valorizam os profissionais amazônicos, dando maior visibilidade aos seus trabalhos.
Juruti, um celeiro de talentos – A conexão Juruti – Parintins, não se reserva somente na inspiração, mas também numa contribuição de dança que tem despertado a atenção em toda a região amazônica e seus inúmeros festivais. Hoje Juruti representa para a Parintins uma colaboração gigantesca para os elencos de dança através dos núcleos coreográficos que formam profissionais e exportam para diversas festividades da Amazônia. Exemplos mais recentes se refletem em Nábila Barbosa, que atuou como porta-estandarte do Boi Garantido em 2017, Marcela Marialva (porta-estandarte do Boi Caprichoso) que está no item desde 2017 e acumula muitas vitórias em seu item, e Marciele Albuquerque (jurutiense, e cunhã-poranga do Boi Caprichoso), que também defende o item desde 2017 acumulando vitórias na arena do bumbódromo, e desenvolve um trabalho de ativismo pela causa indígena como influencer na redes sociais.
O canto de Juruti em Parintins – A contribuição de Juruti com Parintins se estende além da dança. É que desde 2010, Sebastião Teixeira de Araújo Junior, jurutiense, mais conhecido como Sebastião Junior, atua como levantador de toadas oficial do Boi Garantido, e mais recentemente, desde 2021, Patrik Nayron Araújo dos Santos, jurutiense, mais conhecido como Patrick Araújo, ocupa o cargo de levantador de toadas do Boi Caprichoso, os dois, tio e sobrinho, respectivamente são verdadeiros talentos do celeiro de artistas que Juruti revelou através do Festribal. Hoje os dois estão integrados ao Festival de Parintins, e ostentam fãs em todo o Brasil.
Confira a seguir a sinopse do tema do Povo Munduruku para 2024
Durante muito tempo, sentíamos que éramos livres em nosso lugar de vivência. Caminhamos em diversos rumos deste imenso território maternal, ocupamos matas fechadas, ribanceiras, planícies e, imersos em um ambiente sacro – para muitos lendário, para nós, o chão da vida! – eternizamos nossos costumes e tradições sempre ancorados na natureza, pois, somos parte dela. Abençoados pelos nossos deuses e deusas, criamos nossa própria identidade e, quando tudo escureceu, em vez de chorarmos, preferimos resistir… Resistimos lutando como seres humanos que aprenderam desde sempre que a terra que acolhe, alimenta, sacia nossa sede, cura nossos males e nos permite descansar em suas entranhas: é a nossa Cy – a nossa Grande Mãe – a Pachamama dos Aimarás, a Urihi-á dos Yanomami, a Terra-floresta que hoje é sentinela da vida humana e planetária. É por isso que, no Festribal 2024, a Munduruku de Juruti convida todos e todas a conhecer, respeitar, defender, lutar junto e a se encantar com a nossa morada sagrada, a nossa, eternamente nossa: “AMAZÔNIA INDÍGENA!” Munduruku 2024: Amazônia Indígena.
Confira a seguir a sinopse do tema do Povo Muirapinima para 2024
Das entranhas da Terra, a mãe de todos os povos, ecoa um grito que sangra, que dói, que reaviva nossas memórias e nos impulsiona a lutar por todos os que estão por vir. É um grito que ecoa de nossa ancestralidade, dos milhões de indígenas, pajés, pajeranas, anciãs, cacicas, massacrados pelos invasores e sua ganância. Nossa Terra clama, pois em seu solo repousa o sangue indígena derramado. É por isso que entoamos nossos cantos, fazemos vibrar os maracás, tocamos as flautas sagradas e os tambores para despertar os espíritos que descansam na Terra. São eles que nos dão força e nos guiam para perseverarmos na luta por este solo que sempre foi nosso. Pindorama, terra ancestral. Brasil, o mundo de todos os povos! Hoje, o grito da Terra se transforma em uma arma de resistência: o canto. Um canto de esperança, um canto de luta, um canto manifesto, um canto pelo nosso chão e pela nossa morada comum. Dessa forma, a Tribo Muirapinima se une a um movimento humanitário em defesa da Terra, pelo bem viver de todos os povos e apresenta para o Festribal 2024 o espetáculo manifesto: “WIYAE: O CANTO DE RESISTÊNCIA PINDORAMA”.
Patrocínios – A 30ª edição do Festribal é apresentado pelo Ministério da Cultura, Prefeitura de Juruti, e tem o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura, Desporto e Turismo – SECDET, Alcoa, Equatorial Energia, BanPará, Acordo de Cooperação: Ministério do Turismo / SESC / SENAC, Governo Federal – União e Reconstrução, o apoio de O Boticário, Maná Produções, Henderson Pinto – Deputado Federal, o fomento da Lei de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet, Semear – Programa Estadual de Incentivo à Cultura, e tem como parceiro de mídia: TV Cultura do Estado do Pará.
A marca de beleza mais querida do Brasil, O Boticário chega esse ano para somar forças ao Festribal, e com isso abraça mais uma Festividade da Amazônia, sendo a marca que vai embelezar os elencos das Povos Munduruku e Muirapinima.
Alcoa, BanPará, e Equatorial, mantêm-se como os grandes patrocinadores sendo os mantenedores do projeto artístico de todas as apresentações oficiais.
Festribal na TV – O Festribal vai ter transmissão ao vivo pela TV Cultura do Pará, Portal e App Cultura Rede de Comunicação, a partir das 20h30 (horário do Pará).
Programação Festribal 2024
Dia 31 de Julho – Festa dos Visitantes
Show: Xandy Avião (Atração principal)
Local: Tribódromo
Dia 1º de agosto – Ensaio Técnico
Local: Tribódromo
Previsão de início: 20h30
Show Pós-ensaio Avinne Vinny
Dia 02 de agosto – Apresentação Tribos Mirins
Tribo Munduruku Mirim (1ª apresentação)
Tribo Muirapinima Mirim (2ª apresentação)
Local: Tribódromo
Previsão de início: 20h30
Dia 03 de agosto – Apresentação das tribos oficiais
Tribo Muirapinima (1ª apresentação)
Tribo Munduruku (2ª apresentação)
Local: Tribódromo
Previsão de início: 20h30
Dia 04 de agosto – Apuração do Resultado
Local: Tribódromo
Previsão de início: 15h
Conheça mais sobre o Festribal de Juruti
Localizado na região oeste do estado do Pará, o município de Juruti é conhecido por sua rica diversidade cultural e pela valorização de seus povos tradicionais. Um evento que simboliza essa riqueza e promove a preservação das tradições é o Festribal, uma festa que encanta moradores e visitantes todos os anos.
O Festribal teve início no ano de 1995 e desde então se tornou um marco no calendário cultural do Pará. O festival celebra a cultura amazônica por meio da dança, música, artesanato e gastronomia típica, proporcionando uma experiência única aos participantes.
A importância do Festribal vai além do entretenimento. O evento é uma oportunidade para enaltecer e valorizar os povos tradicionais da região, como os indígenas, quilombolas e ribeirinhos, reconhecendo sua contribuição histórica e cultural para o estado do Pará. Através de apresentações de danças folclóricas, contação de histórias e exposições de artesanato, o Festribal promove a visibilidade e o respeito a essas comunidades.
Além disso, o festival também se destaca como uma plataforma para a preservação do meio ambiente e o incentivo à sustentabilidade. Juruti é um município rico em recursos naturais, com belas paisagens amazônicas, rios caudalosos e uma biodiversidade única. Durante o Festribal, são promovidas ações de conscientização ambiental e debates sobre a importância da preservação da natureza e dos modos de vida sustentáveis das comunidades tradicionais.
O Festribal é um verdadeiro encontro de culturas, reunindo pessoas de diferentes origens em um clima de respeito, harmonia e celebração. Os participantes têm a oportunidade de apreciar as manifestações culturais, saborear pratos típicos, adquirir artesanato local e se encantar com as apresentações artísticas.
Esse evento não apenas fortalece a identidade cultural da região, mas também impulsiona o turismo e gera oportunidades econômicas para a comunidade local. O Festribal atrai visitantes de todas as partes do Brasil e até mesmo do exterior, que têm a chance de conhecer de perto as belezas naturais e as tradições culturais do Pará.
Em um mundo cada vez mais globalizado, eventos como o Festribal de Juruti são essenciais para a preservação e promoção da diversidade cultural. Eles nos lembram da importância de valorizar e respeitar os povos tradicionais, reconhecendo a sua contribuição para a formação da identidade de uma nação.
Fotos: Divulgação