“Nós não tivemos ninguém tocando fogo na Cidade Garantido, mesmo sem um real do Governo do Estado”, lembra Adelson em entrevista ao vivo

Candidato a presidente do Garantido mostra como conseguiu ser campeão na arena mesmo na pior crise dos bois de Parintins da “era Bumbódromo”

O candidato à presidência do Garantido Adelson Albuquerque falou, na noite desta segunda-feira(24), sobre como administrou a associação folclórica em um dos períodos mais turbulentos do Festival Folclórico de Parintins, em 2016. Naquele ano, o então governador do Estado, José Melo, anunciou um corte no setor cultural do Estado de R$ 35 milhões, deixando os Bumbás de Parintins sem qualquer recurso do Governo a um mês para o início do festival. O anúncio chegou a unir torcedores dos dois bois em protestos conjuntos, tanto em Parintins quanto na capital.

Apesar da crise sem precedentes vivida naquele momento, o festival foi realizado e o Garantido sagrou-se campeão, apresentando o tema “Celebração” na arena do Bumbódromo. “Nós não tivemos ninguém tocando fogo na Cidade Garantido, mesmo sem um real, em 2016, pelo Governo do Estado. Porque as pessoas confiavam em nós, confiavam na diretoria que eu tinha. Pessoas sérias que, quando te chamavam, diziam: ‘olha pessoal, tá havendo um atraso no dinheiro, um atraso no repasse, mas vocês vão receber’. Então as pessoas passaram a acreditar, como empresário, como pessoas eleitas pra aquilo”, afirmou Adelson Albuquerque, que dirigiu o Garantido nos anos de 2015, 2016 e 2017.

A entrevista foi concedida no programa Bastidores dos Bumbás, aos comunicadores Fred Lobão e Bárbara Lobão, em transmissão, ao vivo, pelo canal Portal do Lobão, nas plataformas YouTube e Facebook. A íntegra da entrevista pode ser revista nos dois canais, gratuitamente.

Compliance – Adelson também disse que pretende administrar o boi usando a experiência pessoal que tem como empresário, implantando a política de compliance, que é um conjunto de práticas que garantam a conformidade da organização com as exigências legais e éticas.

“A gente tem que tratar (o boi) como empresa particular. Você vai administrar pessoas, valores. E tem um detalhe, você vai administrar paixão, o que é diferente de uma empresa particular. Mas tem como equilibrar isso. Então, se você tiver um direcionamento daquilo que você quer, com seriedade, é você obedecer todas as regras que mantenham o estatuto. Um dos nossos projetos é fazer até um regimento interno, para que esse tipo de coisa que aconteceu nos dois últimos anos não aconteça novamente. E o com regimento interno você tem uma obrigatoriedade maior que aí de imediato a associação pode se manifestar e até afastar um presidente”, disse Adelson.

Universidade do Folclore e escolha de toadas – Entre os pontos principais do programa de gestão, Adelson Albuquerque afirmou que pretende reativar a Universidade do Folclore Paulinho Faria, dentro de um conjunto maior de ações de capacitação e educação dos trabalhadores e de torcedores do Garantido.

Sobre a manutenção da Comissão de Artes, Adelson frisou que não vai mexer no formato da Comissão que pensa e organiza o boi de arena. E uma das ações que pretende retomar é a escolha de toadas de forma coletiva, revitalizando o núcleo de compositores.

“Nós temos uma legião de pessoas que querem fazer toadas para o Garantido. Hoje, só temos toadas encomendadas. Isso não existe. Nós tínhamos duas mil toadas inscritas. Não é possível que você não tire toadas maravilhosas, de duas mil toadas, como sempre aconteceu. Agora, quando você faz toadas onde só duas explodem durante todo o ano, você tá tendo um enfraquecimento de qualidade”, disse o candidato.

Reformular diversas áreas – Em pouco mais de 1 hora e meia de bate-papo, Adelson Albuquerque abordou diversas áreas de atuação em uma eventual vitória para comandar o Garantido no mandado de 3 anos. Disse que vai reavaliar todos os itens oficiais, seguindo um processo normal de avaliação organizacional. Também defendeu que o recadastramento de sócios, assim como a inclusão de novos sócios, deveria ser missão da nova diretoria que venha a assumir a administração da associação folclórica.

Administração técnica e avaliação permanente – Adelson Albuquerque revelou que pretende instituir uma auditoria permanente dentro da administração. E lembrou que a oportunidade que teve de administrar o Garantido coincidiu com o pior momento da história moderna do festival, já na era de uso do espaço do bumbódromo, que foram os anos em que a verba do Governo do Estado praticamente desapareceu. Agora, unindo a experiência adquirida pouco mais de cinco anos depois de seu primeiro mandato, disse que poderá realizar muito mais, considerando a atual conjuntura em que o Festival Folclórico de Parintins se encontra.

“A gente teve a oportunidade de trabalhar, na pior crise que já teve no estado (no festival folclórico), mas a gente manteve a regularidade em fazer um bom festival, uma boa gestão. A gente espera fazer melhor porque, hoje, trabalhar com um Governo do Estado que gosta do festival é muito diferente. A pessoa tá investindo no festival, tá investindo na cidade, é (oportunidade) pra gente fazer um excelente mandato, a léguas do que a gente fez em 2015”, finalizou Adelson Albuquerque.

Entrevistas coletivas – O candidato Adelson Albuquerque reúne a imprensa, no próximo sábado, dia 29, em Parintins, para apresentar o seu plano de gestão. Em Manaus, o evento de apresentação será na segunda-feira, dia 31 de julho, com locais e horários a serem divulgados ainda.

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