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O Reencontro dos Povos: 28º Festival das Tribos começa nesta quinta-feira, em Juruti (PA)

O Festribal é uma manifestação cultural reconhecida como Patrimônio Cultural do município de Juruti e do Estado do Pará

 

O Festival das Tribos Indígenas de Juruti, “o Festribal” vem para a sua 28ª edição com o tema “O Reencontro dos Povos”. Após dois anos sem sua realização presencial por conta da pandemia da covid-19, mas acontecendo de forma remota, através de lives, este ano as tribos Munduruku e Muirapinima se reencontram para mais um duelo da arte e da cultura indígenas.

O Festival das Tribos Indígenas de Juruti é uma manifestação cultural que acontece todos os anos. Reconhecido como Patrimônio Cultural do Município e do Estado. Tem sua culminância no último final de semana de julho, de quintafeira até sábado, com uma programação diversificada dentro da temática indígena. O Festribal tem seu ápice com a disputa entre as tribos Munduruku (vermelha e amarela) e Muirapinima (vermelha e azul), que acontece no Centro Cultural, mais conhecido como Tribódromo, com capacidade para 5 mil pessoas, onde alegorias, cênica, dança e cantos indígenas regem um espetáculo a céu aberto. As torcidas completam o espetáculo em interação com suas tribos e transformam o Tribódromo em local da maior expressão da arte indígena da Amazônia.

Em 2022, o Festribal conta com o Patrocínio da Prefeitura Municipal de Juruti, Governo do Estado do Pará e as empresas Banpará, Equatorial Energia, Alcoa e tendo como agência oficial a empresa Maná Produções e Eventos.

Histórico – O Festribal nasceu de uma ramificação do Festival Folclórico de Juruti, onde se apresentavam cordões de pássaros, quadrilhas, bumba-meu-boi e carimbó. Em 1993, surge uma dança indígena de nome “Tribo Munduruku”, que, mesmo tendo coreografia indígena, competiu com o Grupo Folclórico “Ou Vai ou Racha” (que se apresentava com mesclagens de danças como carimbó, xote, quadrilhas e outras), sendo que o resultado oficial foi empate naquele ano.

Em 1994 não houve competição entre o Grupo Folclórico “Ou Vai ou Racha” e a Associação Folclórica “Tribo Munduruku”, sendo que as duas não se apresentaram no Festival Folclórico de Juruti, mas realizaram apresentações separadas. O Grupo Folclórico “Ou Vai ou Racha” apresentou-se na quadra da Praça da República e a Associação Folclórica “Tribo Munduruku” na quadra da Escola Estadual Deputado Américo Pereira Lima.

Em 1995, a professora Aurecilia da Silva Andrade ministrava a disciplina de técnicas de redação e expressão na Escola Américo Pereira Lima e solicitou aos alunos um trabalho sobre tribos indígenas. O trabalho foi apresentado em forma de danças e coreografias indígenas na quadra da escola, denominada Dança do Fogo. A apresentação teve boa repercussão e público. Naquele mesmo ano, no mês de julho, o grupo de dança foi convidado a se apresentar no Festival Folclórico de Juruti, denominando-se como “Tribo Muirapinima”, gerando oficialmente a primeira competição entre as tribos Munduruku e Muirapinima.

A festa retrata a cultura indígena em forma de música, artes cênicas, alegorias e danças. O modo de vida do caboclo, os rituais indígenas, o pescador e o farinheiro são algumas das inspirações do festival. Atualmente o Festival Folclórico das Tribos Indígenas de Juruti, conhecido popularmente por Festribal, é considerado um importante instrumento de fomento ao turismo na região. É um evento democrático de ampla participação popular, que incentiva a expressão artística e contribui para a difusão da cultura e para o desenvolvimento regional, contando com elementos indígenas, da fauna local e musicalidade própria. Fortalecendo como uma das maiores manifestações culturais do Estado do Pará, pois é um evento que agrega criatividade, originalidade e autenticidade, desta forma visa a valorização da produção artesanal, o turismo, a cultura indígena, os artistas locais e regionais, dentre outros. Em decorrência da grandeza do evento, há uma participação quase na sua totalidade da população de Juruti.

Desde 2008 o Festival Folclórico das Tribos Indígenas de Juruti é considerado Patrimônio Cultural do Pará pela Lei Estadual nº 7.112, de 19 de março de 2008; e desde 2011, pela Lei Municipal nº 1.010/2011, de 23 de setembro de 2011, foi declarado e reconhecido como Patrimônio Cultural do Município de Juruti.

Sua realização ocorre no último final de semana do mês de julho, onde as duas tribos, Munduruku (vermelha e amarela) e Muirapinima (vermelho e azul), são responsáveis por um verdadeiro espetáculo a céu aberto em um espaço. cultural denominado Tribódromo para fazer uma apresentação de 3 (três) horas de duração, onde é recriado um cenário totalmente folclórico voltado à cultura indígena.

Com isso, a arte da criação tem como fundamento o fortalecimento da tradição indígena, sempre valorizando a cultura local, dando oportunidade aos que buscam na arte um modo de vivência diferente, promovendo a interação social, inclusão e sustentabilidade.

O XXVIII Festival Folclórico das Tribos Indígenas de Juruti, com o tema “O Reencontro dos Povos”, acontece nos dias 28, 29 e 30 de julho de 2022.

Tribo Munduruku – A tribo indígena Munduruku habitava uma região entrecortada pelos rios Madeira, Tapajós, Juruena e Amazonas, denominada por historiadores e expedicionários de Mundurukânia. Por sua bravura e belicosidade, os Munduruku dominavam vários outros povos. Acreditavam que em tempos imemoriais foram criados por Karu-Sacaebê e tinham como principal cerimônia ritualística o “pariuá-terã”, o ritual da cabeça mumificada. Eram conhecidos porseus inimigos como “Paikicés”, que na linguagem indígena significa “cortadores de cabeça”.

Em meados de 1818 foi edificada uma pequena capela no aldeamento Munduruku de Juruti, fato que deu origem ao futuro Município de Juruti. A Associação Folclórica Tribo Munduruku teve sua origem em 1993, uma expressão cultural que traz como fundadores os jurutienses Carmem Barroso, Adecias Batista e Jim Jones Batista, líderes de um grupo de aproximadamente 70 jovens que, naquele momento, integravam a dança indígena intitulada Munduruku, referência aos primeiros habitantes de Juruti.

Nos 28 anos de Festribal, a Tribo Munduruku de Juruti apresentará o espetáculo alegórico, cênico e coreográfico “Povos originários: herdeiros da terra-floresta”, um manifesto artístico de resistência em defesa do meio ambiente e da vida de todas as nações indígenas.

Tribo Muirapinima – A Associação Folclórica Cultural e Recreativa Tribo Muirapinima apresentou-se pela primeira vez no dia 17 de junho de 1995, como atração no arraial da Escola Estadual de Ensino Fundamental Deputado Américo Pereira Lima. A promoção do evento tinha como objetivo angariar fundos para a construção do piso das salas de aula. O grupo folclórico apresentou-se com o ritual denominado “O feiticeiro”.

Em julho do mesmo ano, a Comissão do X Festival Folclórico de Juruti enviou convite para que o grupo participasse do evento, o qual fez sua apresentação no dia 27 de julho de 1995, competindo pela primeira vez com a tribo adversária, tendo como coordenadoras as professoras Aurecília da Silva Andrade e Sebastiana Picanço da Silva, com o apoio de pessoas interessadas a incentivar a juventude a conhecer suas raízes. Muirapinima é nome da tribo que habitava as margens do Lago Juruti Velho e que deu origem à vila de mesma denominação. Muirapinima também é o nome de uma espécie arbórea, madeira de lei, abundante na região, de beleza ímpar, sendo este um dos motivos dos índios se autodenominarem com o mesmo nome, em homenagem a esta árvore, numa clara demonstração de amor à natureza.

Visando aprofundar a coleta de informações sobre os costumes, tradições e identificar remanescentes da tribo, uma equipe deslocou-se àquela região, mantendo contato com antigos moradores da vila. Com base nos dados fornecidos pelos Senhores Manduquinha, descendente da Tribo Jurupixuna, e José Avelino Mateus, descendente da Tribo Arara, nascido em 26.02.1901, que chegou à região com 17 anos, o qual casou-se com uma descendente Muirapinima, montou-se a história desse povo heroico, primitivos habitantes da região de Juruti Velho.

A partir da pesquisa realizada, buscou-se apresentar uma tribo com as características dos antepassados, reunindo os aspectos tradicionais e culturais.

Utilizando som original do povo indígena, indumentárias, adereços, rituais e alegorias, procurou-se transmitir com fidelidade os costumes, crenças e lendas dos ancestrais amazônicos, além do aproveitamento dos recursos naturais.

Em 2022, a Tribo Muirapinima irá se apresentar na arena e concorrer ao título do festival com o tema “Liberdade”.

 

PROGRAMAÇÃO FESTRIBAL 2022

DIA 26 DE JULHO
❖ ENSAIO TÉCNICO TRIBOS OFICIAIS
✓ Local: Tribódromo

✓ Horário de apresentação:
1º Tribo Muirapinima; início às 21:00hs e término às 23:00hs
2º Tribo Munduruku; início às 23:30hs e término às 01:30hs

DIA 27 DE JULHO
❖ Último ensaio das Tribos

✓ Tribo Muirapinima
Local: Aldeia Muirapinima

✓ Tribo Munduruku
Local: Universo Munduruku

DIA 28 DE JULHO
❖ FESTA DOS VISITANTES
✓ Horário: início às 20:00h

✓ Atrações:
Regional Filhos da Terra
Regional Donos da Terra
DJ Adriano Nanini
Cabaré do Brega
Guto Soares
DJ Thascya
Aldair PlayBoy
George Japa

DIA 29 DE JULHO
❖ APRESENTAÇÃO TRIBOS MIRINS
Tribo Munduruku Mirim e Tribo Muirapinima Mirim

✓ Horário de apresentação:
1º Tribo Munduruku: início às 20h e término às 21:30hs
2º Tribo Muirapinima: início às 22h e término às 23:30hs

❖ APRESENTAÇÃO TRIBOS OFICIAIS
Tribo Muirapinima e Tribo Munduruku

✓ Horário de apresentação:
1º Tribo Muirapinima: início às 20h30min e término às 23:30hs
2º Tribo Munduruku: início às 00h00 e término às 03:00hs

DIA 31 DE JULHO
❖ APURAÇÃO DO RESULTADO
✓ Horário da apuração: início às 15h
❖ FESTA DA VITÓRIA

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