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Planejada, Urucurituba precisou fugir da enchente e carrega história repleta de reviravoltas

Desde sua origem, a Terra do Cacau passou por mudanças administrativas e políticas e hoje, segue em desenvolvimento com a força de seu povo

 

A região amazônica possui características que influenciam na maneira de viver e de socializar de seus povos. Além disso, as peculiaridades da região estão diretamente ligadas à origem e ao desenvolvimento das cidades da Amazônia. Um exemplo disso é Urucurituba, que, desde sua fundação, passou por reviravoltas, precisou fugir das enchentes amazônicas e hoje é uma das cidades planejadas do Amazonas.

Terra de indígenas Mundurukus e Mawes, Urucurituba foi criada em 1881, quando o lugar era apenas um sítio de árvores de cacau. A partir daí, a cidade da seleção semifinalista da Copa da Floresta passou por várias mudanças administrativas e políticas.

Reviravoltas – Em 1887, quando já era um povoado, a localidade foi elevada a freguesia e passou a se chamar Freguesia de São José de Urucurituba. Em seguida, a freguesia foi vendida a um cidadão, que, em 1896, conseguiu a criação do município e a elevação a vila, com o nome de Urucurituba.

Por conta de um conflito político, apenas um ano depois, o município e a vila foram extintos, mas no ano seguinte, foram restabelecidos. Porém, as mudanças não pararam. Em 1901, a sede do município foi transferida para um lugar chamado Tabocal e passou a se chamar Silvério Neri, em homenagem ao então governador do Amazonas.

Sete anos mais tarde, o município voltou à sua primeira sede, mas ainda com o nome de Silvério Neri. Em 1910, foi reivindicada a antiga denominação de Vila de Urucurituba. Mas em 1929, o município voltou a se chamar Silvério Neri e a sede voltou a Tabocal. Um ano depois, o município foi anexado ao de Itacoatiara e rebaixado a uma simples delegacia municipal, em 1931.

Só em 1935, Urucurituba teve sua autonomia restabelecida e depois de tantas reviravoltas, a vila foi elevada à categoria de cidade, em 1938, ano que completava 42 anos de fundação. No fim dos anos 50, a cidade ainda sofreu uma divisão, sendo criados os municípios de Itapeaçu e Tabocal, mas não durou muito tempo e os dois municípios foram reintegrados a Urucurituba.

Fuga da enchente, intervenção e planejamento – Devido às grandes enchentes do rio Amazonas, que provocavam enormes prejuízos à população, em 1976, a sede do município de Urucurituba foi transferida definitivamente para Tabocal, localizado em um terreno de maior elevação e que não sofreria com as consequências diretas das cheias.

Já em 1987, Urucurituba passou por uma intervenção estadual, por conta do afastamento do prefeito à época, Alexandre Gomes. O município passou a ser governado por interventores até 1988, ano em que foram realizadas eleições municipais.

Eleito prefeito, Félix Vital foi o responsável por convencer o governo estadual a contribuir com a construção da nova sede, já que o povo urucuritubense não podia mais ficar dentro d’água. Portanto, no final dos anos 80 e início dos 90, o governo deu início aos trabalhos de levantamento topográfico, planta da cidade, plano de desenvolvimento e todas as leis e códigos necessários para garantir a imediata implantação da nova Urucurituba.

Terra do Cacau e Cidade das Palmeiras – Por conta de tais instabilidades administrativas e políticas, Urucurituba teve um desenvolvimento atrasado, em relação aos municípios vizinhos. Apesar disso, com a força do seu povo e as riquezas naturais, a cidade tem conquistado seu lugar de destaque na região. Maior produtora de cacau do médio Amazonas, Urucurituba é conhecida como a Terra do Cacau.

O município amazonense também é conhecido como a Cidade das Palmeiras, já que Urucurituba é uma palavra indígena composta por urucuri, espécie de palmeira muito presente nas terras originárias e tuba, que quer dizer muito. Ou seja, Urucurituba significa muito urucurizeiro.

Trajetória até a semifinal da Copa da Copa da Floresta – Campeã da sede 5, em Maués, Urucurituba chega à semifinal da Copa Floresta com 100% de aproveitamento. Na fase classificatória, foram três vitórias em três jogos, além de sete gols marcados e apenas dois sofridos.

Na decisão na Terra do Guaraná, vitória sobre Parintins por 3 a 1. A estreia da seleção urucuritubense na semifinal está marcada para a próxima terça-feira (3/10), diante de Urucará.

Fotos: Deborah Melo/FAF e Divulgação

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